quinta-feira, 26 de maio de 2011

                 Marcela decide abandonar o salão de festas, saiu sem falar nada. " Droga, eu tinha certeza que iria acontecer comigo. Calma coração, se você for chorar não chora aqui... Aqui não..." Marcela não conseguia conter o choro, e fora do salão, no jardim, deixou que as lágrimas caíssem sobre a face. " Por Deus, o que eu fiz? o que eu fiz? que destino traiçoeiro" Suas lágrimas pareciam pedras rolando por sua face, mais uma vez deixara se enganar, e o coração saiu despedaçado (como sempre). Tentou ofuscar os acontecimentos da noite num lugarzinho da mente, mas de nada adiantava, tudo sempre vinha em flashs. Seu celular vibrava sem parar, eram suas amigas a procura dela. Marcela não tinha vontade de falar com ninguém. Sentou em um banco e enxugou suas lágrimas, o jardim onde ela estava não era tão escondido assim. A lua brilhava forte no céu. Marcela segurou uma correntinha que levava em seu peito. Uma que sua amiga deu - lhe de presente em seu aniversário. " Não quero que minhas amigas vejam meu sofrimento bobo, é sempre isso mesmo, melhor poupa-las" Naquele momento Marcela reaveu seus sentimentos, todos seus desastres amorosos, e se martirizou por ser tão azarada. A falta de sorte no amor era sua companhia fiel. " E eu nunca aprendo..." E Marcela riu. Seria bem melhor rir? Não sabia ao certo. E mesmo rindo a dor não iria passar. Decidida a ir embora já levantava, quando percebeu alguém parado atrás dela. Era Caio. Seu coração desesperado batia com dores e anseios. " Caio, o que faz aqui?" Marcela perguntou ao rapaz que permanecia parado. "Oi, tava dando uma volta no jardim.. e vi você aqui, decidi me aproximar". " Ah" "Tudo bem com você Marcela.?" " Tudo sim". Marcela enxugou as lágrimas. " " Caio é melhor você voltar para a festa, a sua namorada vai decidir lhe procurar, e ... sinceramente não quero encrencas" . Não, já estou indo.E bem, ela..."   Caio continuava parado em sua frente. " Então tá... Tchau.." Marcela se virou e ia andando quando caio disse. " Você é a mais linda do salão" Marcela continuou parada, sem se virar. " Certamente você deve ter dito isso á sua namorada." " Não, isso é verdade Marcela, você é a mais linda da festa." Marcela continuava de costas, olhando a lua, segurando sua correntinha. Uma lágrima teimava em cair.  " Você sabe que eu não sou a mais bonita da festa, nem da cidade, nem do mundo, não precisa ficar me elogiando, se foi pela cena que eu vi, se você está tentando me consolar por eu ter sido uma boba por ter achando que um cara como você..." Seu coração pediu pra parar, ou ela ia desabar em lágrimas. " Um cara como eu? como? O que tenho? Eu não posso mais te dizer a verdade Marcela? Eu gosto de você..." Num suspiro profundo Marcela fechou os olhos, e decidiu ir lá no fundo do baú; no seu passado. E aquela frase ' eu gosto de você' foi se repetindo a cada garoto que vinha em sua frente ' por Deus, quantas vezes deixei- me enganar' e por quantas vezes ela não pegou as experiências passadas como base pra sua existência? Muitas vezes 'eu gosto de você' ela não precisava de gostar. Ela queria amor. O seu verdadeiro amor. Seria tão difícil assim? Sim seria. Se ela quisesse seria. E ali em silêncio no jardim de festas, de costas para o garoto do qual gostava tanto, o garoto que namorava a garota mais bonita da faculdade. Marcela se avaliou 'Não sou nem a mais bonita, nem a mais rica, nem a mais inteligente, nem a mais bem vestida, sou uma garota, uma garota que merece ser amada. ou não. mais eu tenho direito de lutar, pelo que quero. Como todas as outras, sou uma garota, apenas.' E no seu suspiro voltou-se a realidade. Virou para o garoto do qual gostava. " Caio, um cara como você, não é tão difícil de encontrar por ai, sabe?" "Por que está falando isso Marcela?" " Porque? por que vocês garotos são todos iguais, vocês não namoram meninas, vocês namoram bundas, dinheiro, roupas curtas, pernas grossas.. vocês não querem uma garota par namorar, vocês querem um troféu pra chamar de 'meu' , chamar de ' gostosa'.. vocês nunca vão aprender, e  nós somos as bobas, que nos encantamos por vocês. (Marcela riu) Mas vai continuar sempre assim... dessa forma sempre." Marcela deu uma pausa. " Marcela eu..." " Não Caio, não precisa dizer mais nada não. Você sabe o que é amor neh? eu tenho certeza que você sabe, então, eu sentia amor por você, e te daria ele, te entregaria de coração. é... eu achei que você era aquele cara do passado, gente fina, que me dava bombom, me fazia rir toda hora,  e me abraçava... hoje eu tive a certeza que não. Quando você precisou beijar uma menina da qual não se merece valor algum pra mostrar que é pegador. PEGADOR  e não homem de verdade. Hoje eu tive a certeza de que o amor que eu sentia, aliás, que o AMOR, pra mim virou lenda...Ele e você não existe mais pra mim!" Marcela virou- se de costas pra Caio e disse: " Agora volta pra festa, volta pra sua 'namoradinha'."  E foi embora.


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